A raça Red Angus teve o seu começo na Europa, no século VIII, segundo algumas autoridades, os escandinavos ao atacar a costa da Inglaterra e da Escócia trouxeram com eles um gado pequeno, de cor parda e sem chifres, que cruzou com o gado preto nativo celta, do interior da Escócia, possuidor de chifres verticais.
A natureza produziu uma raça sem chifres, de cor preta, correspondendo aproximadamente ao Aberdeen-Angus preto de hoje, embora fosse um animal de corpo bem menor. A característica sem chifre levou muito tempo para se espalhar pelo interior e por quase mil anos ficou confinada principalmente às áreas costeiras da Inglaterra e Escócia.
Eric L.C. Pentecost, o conhecido criador inglês de gado Red Angus, oferece uma explicação específica e lógica para a introdução da coloração vermelha na raça Aberdeen-Angus. No século XVIII, o gado preto escocês era demasiado leve para servir como animal de tracção e assim os Longhorn ingleses, predominantemente da cor vermelha, foram trazidos e cruzados com a raça preta nativa sem chifres.
Os filhos resultantes eram todos animais pretos sem chifre, pois preto é a cor dominante e vermelho é a cor recessiva.
Entretanto, todos levavam o gene vermelho. Cruzamentos subsequentes produziram uma média de um bezerro vermelho a cada quatro, de acordo com a lei de hereditariedade de Mendel.
No início do desenvolvimento do Aberdeen-Angus, Hugh Watson de Keillor, Escócia, arbitrariamente decidiu que preto era a cor adequada para a raça, criando desta forma uma moda. Ele poderia muito bem ter escolhido vermelho.
Leon J. Cole e Sara V.H.Jones da Estação Experimental de Agricultura da Universidade de Wisconsin publicou um panfleto em 1920 sobre “A Ocorrência de Bezerros Vermelhos em Raças Pretas de Gado” que continha o seguinte parágrafo pertinente:
“Mais um ponto deve ser enfatizado: os exemplares vermelhos que aparecem nesta raça (Aberdeen-Angus)…são de raça tão pura quanto os seus parentes pretos, não existindo nenhuma razão, em todos sentidos, a menos da cor, para que sejam menos valorizados. O facto de serem todos rejeitados enquanto os pretos são mantidos deve-se simplesmente ao factor sorte que fez do preto e não do vermelho a moda estabelecida para a raça Aberdeen-Angus. Se vermelho tivesse sido a cor escolhida, não teria havido nunca qualquer problema de surgirem pretos como exemplares de cor imprópria, já que vermelho sempre reproduz de acordo.”
O parágrafo precedente, escrito há mais de três décadas antes do estabelecimento da Associação Red Angus, mostra a verdadeira avaliação das forças básicas dos vermelhos. Isto é enfatizado pelo recente renascimento e popularidade da linhagem vermelha do Aberdeen-Angus, por todo o mundo.
A raça Aberdeen-Angus foi introduzida nos Estados Unidos da América em 1870 e os primeiros registos de animais “vermelhos” em 1890. Os primeiros registos não fizeram qualquer menção da cor de animais individuais. Em 1890, foram registados vinte e dois animais vermelhos no livro da American Aberdeen Angus Association (AAAA) num total de 2700 exemplares introduzidos naquele ano.
No entanto, em 1917 a AAAA impediu a inscrição de animais dessa cor, no sentido de assegurar a dominância da cor preta na população.
Esta severa discriminação contra a cor vermelha, como um esforço para garantir uma linhagem totalmente preta, trouxe um marcante declínio no número de bezerros vermelhos nascidos nos rebanhos americanos.
Apenas em 1920 foi reconhecido que os animais pretos e vermelhos eram da mesma raça, não existindo argumentos para impedir o seu registo.